-
Osvaldo Cruz, também enfrentou o corporativismo da classe média e dos jornais da época.
O sanitarista baseou o combate da febre amarela no recente êxito da campanha realizada em Havana e em algumas experiências realizadas no Brasil, que comprovavam o acerto da teoria do médico cubano Carlos Finlay de que o transmissor da doença era um mosquito: o Aedesaegypti, conhecido então como Stegomyia fasciata ou Culex aegypti.
Numa época em que ainda se acreditava que a maior parte das doenças era provocada pelos ares pestilenciais, a idéia de “se pagar a rapagões para caçar mosquitos”, como dizia uma revista de então, só poderia provocar o riso.
O jovem pesquisador bem que tentou alterar a opinião pública, fazendo publicar seus Conselhos ao Povo, uma série de folhetos educativos. Mas enfrentou a oposição de grande parte da classe médica, que não aceitava a teoria de Finlay.
Oswaldo Cruz não foi poupado: charges diárias na imprensa, canções com letras maliciosas, quadrinhas… Mas o riso logo se transformou em indignação, devido ao rigor com que eram aplicadas as medidas sanitárias – especialmente a remoção dos doentes e a entrada
nas casas para o expurgo, mesmo sem autorização dos proprietários.